Sendo a fotografia uma actividade de relação com o que nos rodeia e que só tem sentido quando partilhada é, por inerência, um processo de comunicação.
Partindo deste princípio, as relações que se podem estabelecer com o outro e com a comunidade são inúmeras sendo esta uma mais valia de um processo que tecnicamente é fácil de dominar e que é aceite como uma prática comum do dia-a-dia.
Actividades como aprendizagem de processos, discussão de projecto, apresentação de imagens, divulgação de actividades, podem ter dimensões que transportam para um primeiro plano comunidades em condições sociais menos favorecidas.
Valores como auto-estima, espírito de grupo, capacidade criativa, partilha, sentido crítico, capacidade de aprendizagem, são factores importantes de desenvolvimento proporcionados por estas actividades lúdicas, e valências relevantes para a inclusão social.
A importância da fotografia na inclusão social é hoje amplamente reconhecida em todas as geografias sendo objecto de teses [1], de debate académico, e de workshops, em que é revelada a sua vertente terapêutica no trabalho social [2].
Também a Comunidade Europeia está atenta aos usos da fotografia na inclusão social através de financiamento de programas de que é exemplo o projecto Phototherapyeurope in Prisions [3], um projecto com a duração de 24 meses coordenado pela Universidade de Roehampton, de Londres, em que participaram investigadores da Finlândia, Malta, Grécia, Itália, Reino Unido e Roménia com o objectivo de desenvolver métodos a serem utilizados nas prisões da comunidade europeia.
José Oliveira
[1] Natalie Robinson (2012). Picturing Social Inclusion: Photography and Identity in Downtown Eastside Vancouver [ tese de doutoramento na Universidade de Birmingham]
[2] Therapeutic Photograhy é um workshop de dois dias na Universidade de Aberdeen no sentido de “demonstrar o poder da fotografia no trabalho e assistência social”.
https://www.rgu.ac.uk/events/therapeutic-photography
[3] http://www.phototherapyeuropeinprisons.eu/.
INTEGRAR PELA ARTE 