Imagine Conceptuale – Memória (2006)

No ano de 2006 o Imagine Conceptuale  integrou-se no projecto global do MEF-Movimento de Expressão Fotográfica – DAS/CML, sob a designação projecto_Lisboa. Nesse âmbito, os participantes  revisitaram as suas memórias visuais (do tempo em que viam bem) para a criação de conceitos imagéticos sobre as suas imagens. (projectolisboa.blogspot.com).


Daniela_ImagineConceptualeIII_02-largeDaniela_ImagineConceptualeIII_01-large

Eu adorei fotografar Lisboa porque conheci locais que desconhecia.

Escolhi o Castelo de S. Jorge, porque é um monumento que faz parte da história da cidade de Lisboa.

Curiosamente e apesar de o ver muitas vezes, nunca o tinha visitado.                                                                   Ao fazê-lo, tive a sensação de estar a fotografar Lisboa das nuvens.

Daniela Calado Godinho (Agnósia visual, 21 anos)

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Haid_ImagineConceptualeIII_06-largeHaid_ImagineConceptualeIII_05-large

Desde que ceguei, fazer fotografia foi um incentivo e um deslumbramento.

Escolhi no tema fotografar Lisboa, o jardim da Gulbenkian não só pela sua beleza quase exótica, como também pela forma como nos deixa entrar e sair em recantos com mais ou menos luz, dando ao espaço cheiros e sons muito diferenciados.

Haidé, (cega total 63 anos)

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Jernimo_ImagineConceptualeIII_04-largeJernimo_ImagineConceptualeIII_03-large

Ao fim de seis anos de cegar, fotografar, Lisboa foi uma experiência única. Escolhi fotografar a chegada e a partida dos cacilheiros porque ainda guardo a lembrança daquele movimentos de gente a entrar e sair do barco. Esta ligação entre as duas margens ocupa na minha memória imagens que jamais esquecerei.

Fotografá-las é recordá-las.

Jerónimo (cego total, 65 anos)

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JosMaria_ImagineConceptualeIII_08-largeJosMaria_ImagineConceptualeIII_07-large

Lisboa tem um movimento que me encanta, sobretudo a Baixa. As montras são, sem dúvida, a minha grande preferência para fotografar. Escolhi a R. do Arsenal porque tem “montras ao vivo”, isto é, tem os artigos expostos de uma forma diferente. A venda do Bacalhau, por exemplo, não se encontra em muitos sítios da cidade, o que segundo o que sei, é uma tradição muito antiga em Lisboa. Lisboa tem montras muito bonitas.

José Maria, (amblíope 34 anos)

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Marco_ImagineConceptualeIII_10-largeMarco_ImagineConceptualeIII_09-large

Nunca imaginei que era capaz de fotografar. Escolhi o Castelo de S. Jorge, quase à sorte, no entanto, senti algo que nunca imaginei. Pareceu-me mergulhar na história da cidade. Tentei imaginar como seria um fotógrafo no Castelo no tempo em que foi construído. A localização do Castelo na colina, permite ver quase toda a cidade de Lisboa, o que muito me agradou, porque não fazia ideia  que se pudessem tirar fotografias tão bonitas. Adorei a experiência.

Marco Paulo (amblíope, 26 anos)

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MariaPaula_ImagineConceptualeIII_12-largeMariaPaula_ImagineConceptualeIII_11-large

Bem haja para quem acreditou em nós! Devo ao MEF um dos grandes momentos da minha vida.

Escolhi fotografar os elevadores de Lisboa porque tenho um fascínio por tudo, o que através dos tempos, continua a resistir.

Sinto-me muitas vezes na minha vida como uma resistente… Os elevadores fazem parte das memórias que guardo da cidade de Lisboa. A realidade que vejo hoje, está na minha memória, e é isso que tento passar para a fotografia.

 Maria Paula Viegas (amblíope, 65 anos)

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Sara_ImagineConceptualeIII_04-largeSara_ImagineConceptualeIII_03-large

Gostei de fotografar Lisboa porque é onde eu moro e é uma cidade bonita.

Escolhi fotografar o jardim da Gulbenkian porque é um dos poucos jardins dentro da cidade de Lisboa tão bonito e agradável  e tão bem cuidado.

Sara Sofia, (amblíope, 24 anos)

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Movimento de Expressão Fotográfica